sexta-feira, 13 de junho de 2008

Chá Verde - História,Etiqueta e Saúde

No Japão, onde há fumaça, há um chá bem quentinho. Para agüentar noites em claro rezando, monges budistas tomavam o estimulante chá verde, cheio de cafeína. Faz mil anos que a bebida foi levada da China direto para a terra do sol nascente. Lá, se transformou no principal ingrediente de uma tradição que simboliza o país: a cerimônia do chá.

“Na cerimônia do chá tem a culinária, a arquitetura, o jardim, a caligrafia, a etiqueta, a vestimenta... Quem quer conhecer a cultura japonesa poder começar conhecendo a cerimônia do chá, porque ela vai estar em contato com toda a cultura do Japão”, diz Darcy Hamaoka, professora da cerimônia do chá.

A cerimônia, busca a harmonia entre as pessoas e a natureza; é um momento de demonstrar respeito, celebrar a pureza e encontrar a tranqüilidade. “Praticando o chá, temos elevação espiritual do indivíduo”, explica Darcy.

Cabe ao convidado apreciar o chá, reparar nos utensílios e na decoração simples. As regras e a filosofia da cerimônia foram estabelecidas no século 16, e até hoje são as mesmas.
O que antes era um hábito tipicamente oriental acabou virando moda no mundo todo. O simples chá se sofisticou; uma loja em São Paulo vende mais de 100 tipos – misturas que podem ser muito luxuosas. Vinte gramas do gyokuro kimigayo, que quer dizer “gotas de orvalho” em japonês, custam R$ 350. Ele é assim caro porque é plantando no monte Fuji, a 700 metros de altitude, e só é colhido porque é colhido por mãos femininas.

Mas a origem de todo chá verde é a mesma: um arbusto trazido para o Brasil pelos imigrantes japoneses. Na década de 1930, no Vale do Ribeira, sul de São Paulo, colonos japoneses começaram a plantar a camellia sinensis. É dela que vem o chá preto, com folhas fermentadas, e o verde – feito a partir das folhas secas, logo depois da colheita.

Esse processo de produção do chá verde mantém os nutrientes da planta que ajudam a prevenir doenças. “O chá verde pode ser considerado um alimento funcional porque ele tem um componente ativo, uma catequina, que é um potente antioxidante. Ele pode reduzir doenças cardiovasculares e impede a oxidação do LDL colesterol”, afirma a pesquisadora Jocelem Salgado, da Esalq-USP. “Ele também está sendo bastante utilizado para o sistema imunológico, porque aumenta as defesas do organismo, principalmente no caso de gripe”.

Para fazer efeito, o recomendado é tomar de quatro a seis xícaras – de preferência durante o dia para não perder o sono. A pesquisadora da USP diz ainda que vários trabalhos relacionam o chá verde ao emagrecimento. “Se você toma um copo de chá verde antes de fazer o exercício físico, a queima de calorias é muito maior. A gente pode dizer que ele é um coadjuvante na redução do peso; lógico que não existe milagre, desde que associado a uma dieta adequada a um estilo de vida saudável”, explica Salgado.

Com a fama que faz bem à saúde, o chá verde virou bebida industrializada e matéria-prima de doces, sorvetes e até de produtos de beleza.
Um spa criou um pacote completo à base de chá verde: tem banho de ofurô, massagem e máscara facial com o famoso chá. “Ele é muito indicado para tratamento de peles oleosas, aumentando o viço e a luminosidade da pele”, diz a esteticista Eliane Narimatsu. No Japão, onde há fumaça, há um chá bem quentinho. Para agüentar noites em claro rezando, monges budistas tomavam o estimulante chá verde, cheio de cafeína. Faz mil anos que a bebida foi levada da China direto para a terra do sol nascente. Lá, se transformou no principal ingrediente de uma tradição que simboliza o país: a cerimônia do chá.

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